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ESTUQUE DO ECLETISMO

O Ecletismo define-se como a corrente estética que se opôs ao revivalismo historicista, de que o Neoclássico foi uma das fases. Agora os artistas procuram, já não copiar um determinado estilo do passado, mas antes incorporar nas suas criações vários contributos inspirados nas correntes da História da Arte, fazendo uso de elementos estilísticos diversos, que combinavam de forma a conseguirem uma linguagem própria. O ecletismo incidiu não só sobre a arquitectura dos edifícios de fim do século XIX, como também na decoração dos seus interiores, quer no revestimento em estuque decorativo, quer no emprego de mobiliário e de outras expressões artísticas.

Em Portugal, o Palácio da Pena (Sintra) representa uma das primeiras experiências ecléticas. Construído entre 1840 e 1885 por D. Fernando II, sob planos de Wilhelm Ludwig (Barão von Eschweg) constitui uma síntese de estilos em pedra e cal alternando entre evocações do gótico, mourisco e manuelino, com laivos de castelo a que não falta a ponte levadiça. O Palácio de Monserrate, também em Sintra, foi reconstruído a partir de 1858 pelo seu proprietário, Francis Cook, contratando o arquitecto James Knowles (1831-1908), que procurou respeitar o princípio da ‘correspondência entre o exterior e o interior’ recomendado por Pugin (1812-1852).

No Porto, a Livraria Lello é o melhor exemplo da aplicação daquela regra, pois o ecletismo da sua fachada em neo-gótico transpõe-se para o seu interior na decoração, em estuque pintado, do tecto nervurado com os bocetes em forma de roseta e na mísula de arranque das nervuras.

O ecletismo construtivo veio a atingir todo o território até aos sítios mais recônditos devido ao surto de desenvolvimento económico induzido pelo ‘fontismo’ e ao regresso dos emigrantes que construíram grandes mansões, com plantas e arquitectura copiadas dos edifícios que haviam conhecido nos países onde angariaram fortuna.

Os interiores dos palacetes ostentam magnificência na decoração, desde os vestíbulos com pórticos romanos, passando pelas amplas caixas de escadas iluminadas por grandes clarabóias decoradas interiormente com ornatos em estuque, até às salas em estilos neo Luís XV, XVI e Régence, de paredes revestidas com espelhos e tectos decorativamente estucados. Em outros edifícios, o ecletismo na decoração interior recorre a uma multiplicidade de estilos: neo-árabe, neo-gótico, neo-manuelino, neo-barroco e neo-rocaille, conseguindo-se, em alguns casos, obter uma certa unidade estética.

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Exemplo 1

Exemplo 2

Exemplo 3
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