ESTUQUE
BARROCO
O
estilo barroco é de ascendência italiana, nascido durante o papado de
Urbano VII (1623-1644) e implementado pela Contra-Reforma, cujas
directrizes haviam sido adoptadas pelo Concílio de Trento (1545 a 1563).
Na Arte, adoptou-se uma nova gramática decorativa após a introdução da
coluna salomónica de Bernini (1598-1680) no baldaquino da basílica de
S. Pedro de Roma. Os altares da Europa católica são sobrepostos por
retábulos onde a criação daquele arquitecto italiano é envolvida por
uma profusão de ornatos vegetalistas (folhas de acanto, parras, etc.)
entremeados de aves e anjos (os ‘putti’).
Em Portugal, o estilo ‘ao moderno’, ou ‘romano’, disseminou-se através
de gravuras italianas, francesas, alemãs e flamengas por todo o
território, influenciando o risco da obra em talha coberta a folha de
ouro. Inicialmente, o retábulo apresenta uma estrutura muito
arquitectónica, inspirada nas arquivoltas do românico assentes em
colunas torsas; e mais tarde, com o Joanino (meados do séc. XVIII) e o
rococó (2.ª metade do séc. XVIII) incorporou, além das colunas
salomónicas, elementos escultóricos, frontões, dosséis com sanefas e
cortinas, grinaldas, concheados, festões e flores.
Parte desta linguagem decorativa foi transposta para o estuque em
interiores sacros e palacianos de Lisboa com o contributo de Giovanni
Grossi, mestre italiano da Aula de Desenho e Estuque das Reais Fábricas
estabelecida pelo Marquês de Pombal após o Terramoto de 1755. A ele e a
outros artistas italianos (Agostino Guadri, Chantoforo e Toscanelli),
se deve a introdução de composições em estuque visando a ocupação dos
tectos e superfícies parietais com esquemas de moldurações geométricas
encerrando variados motivos, quer figurativos, quer inspirados na
Natureza, como os concheados, plumas, folhas e rebentos de acanto,
grinaldas e festões a que se associam, muitas vezes, volutas, cartelas,
ornatos em ‘C’, rosetas e ‘gradinhas’.
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